Tudo continua, mesmo depois que você vai embora.
A música ainda tocava e as sapatilhas gastas permaneciam dançando a passos mortos. Uma valsa ao som de Blues, pliés em desalinho com as melodias que apenas diziam o que quiseram dizer. Não se sentia o mesmo, embora as notas as vezes acompanhassem. O corpo jogado e os pés se erguendo em ponta contorciam-se no dramático da Für Elise de tons agudos. Aguda também era a dor em escape pelo corpo.
Fugiam as emoções nos toques de pé ao chão, nos rodopios e olhares baixos para a figura que corre contra os espelhos. Na parede o toque em deslize das mãos à procura do tátil e novamente os espelhos, mas dessa vez na direção oposta. Uma bailarina sabe quando não ir, quando não se pode mais.
Então ela parte, retira sua nostalgia de cena e guarda para si aquilo que sempre será a voz da sua dança: Uma saudade...
... de chumbo, de dor, de amor.
Adelle Silva
Lindo texto, lindo quando se corre do espelho.
ResponderExcluirBeijo, Vini.
Quantas vezes fugimos a nossa própria imagem não é mesmo?
ExcluirObrigada.
nossa que lindo!
ResponderExcluirseu blog todo é muito delicados
gostei muitos dos textos...
bjsss
te seguindo tbm!
http://rob-umarosaazul.blogspot.com.br
Grata pelo comentário. Seja bem-vinda!
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