quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Incompreendidas pupilas

    Há algo que não sabemos. Memórias de outras vidas invadem como o sopro do vento. Mas não sou eu, não é você. Não somos aquelas pessoas que amam com os olhos. Distantes e com os olhos, com os lábios, com as respostas das pernas e mãos que se tocam involuntariamente. Dois amantes do silencio e em silencio. Aqueles não são nós, não naqueles lugares e em palavras de tão péssimo gosto. São outras versões de um "a gente" um pouco mais sem sentido do que agora, mas muito mais entrelaçados.

    Há uma felicidade ainda não alcançada e um agora distante e sem explicação. Aqueles não são nós. Não são e nem poderiam ser. Temos palavras de muito mais bom gosto, mas que falam muito menos. Somos exatamente iguais a eles, mas... aqueles não são nós. Não enquanto não entendermos os sinais de nossas pupilas. 

5 comentários:

  1. Preciso me encontrar e você é o caminho!
    Que o tempo não passasse e o retorno pra casa naquela tarde durasse horas e quilômetros adentro.
    Pois era Você ali! Você além de tudo, tão intensa, profunda, tão leve...
    um olhaar..., o silêncio despertando sentimentos, fazendo valer o meu dia.
    Mas o terminal vinha chegando, depois disso só lembranças e um vazio: Parece existir uma sombra que não me deixa encontra-la, consegue ver isso, consegue me ver?
    Você se aproxima um pouco a cada dia
    e eu não consigo dizer o que está acontecendo.
    Não quero deixar de viver este momento, mas também não quero viver na ilusão.
    Preciso te encontrar, me mostre o caminho!

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  2. 19 de março.

    Árvore,
    Cá estou sob você,
    Observando as curvas que os teus ramos lhe delineiam..
    Três dias em quatro estações:
    No outono de ontem, os segundos eternos dos nossos olhares me fizeram cair na sua frente. Pra disfarçar, apanhei a única folha amarela desprendida de ti, restando apenas admirá-la. Já não sabia mais olhar pra trás.
    No verão de hoje os teus galhos contorcionistas parecem mais altos. Se desenvolvem sendo guiados pela luz e naturalmente atingem o ápice: Promovem sombra, pois ainda tenho dúvidas, ainda estou abaixo, restando apenas admirá-los. Mas não quero passar o dia em branco, não por hoje, por favor!
    Uma brisa que chega ondulando os teus ramos mais baixos para trás. Minha mão esquerda apoiada sobre o seu tronco procurando alcançá-los, tentando discretamente acariciá-los. Pode sentir isso agora?
    Dois fios enrolados nos meus dedos. Dedos que se comportam como tesouras de jardinagem, tentando levemente podá-los. São os mais belos fios que já consegui tocar.
    Não sinta dor.. Saiba Árvore, você é a minha guia, me transforma no melhor que posso ser, sou seu eterno aprendiz! .. só quero colher bons frutos futuramente.
    A primavera de amanhã, o que há de ser? Estarei ali novamente, desta vez de pé, admirando-a por completa, procurando entender a linguagem de nossas almas. Mas lá no final...
    ..o inverno de cada dia, a despedida sob efeito do teu lindo olhar me deixando intensamente desnorteado como a aleatoriedade das estações e a linearidade dos fatos na confusão deste texto... Entro em dormência profunda.
    Quanta espera...





    "There's so much that we need to share
    So send a smile and show you care"

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    Respostas
    1. Ambos são poéticos! Por isso, atraem-se.

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  3. O lírico se opõe a realidade do meu eu. Não há nada incompreendido, não entre nossas pupilas. Agora posso sentir!
    Talvez aqueles sejam nós. Talvez...
    Somos apenas o que sentimos.

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