segunda-feira, 11 de junho de 2012

Uma conversa com Gonçalves Dias

 "Se se morre de amor! — Não, não se morre, [...]". 


  Concordamos, meu caro Gonçalves! Suicída-se, mata-se...  


 "Se outro nome lhe dão, se amor o chamam,[...]".





  Então morre-se de que, se dizes: 
  "[...]é triste a vida 
   Dês que o amor se perdeu." 


   Aí já não se tem morte?


 "Mas isso amor não é; isso é delírio,[...]".


  Se não é, o que é amor?


  "(O quer que seja que nos leva a extremos, 
    Aos quais não basta a natureza humana;)"


   "[...]Buscar tristeza, a soledade, o ermo,
    E ter o coração em riso e festa;
    E à branda festa, ao riso da nossa alma
    Fontes de pranto intercalar sem custo;
    Conhecer o prazer e a desventura
    No mesmo tempo, e ser no mesmo ponto
    O ditoso, o misérrimo dos entes;"



 Assim ama-se, assim se si ama. Isso então é amor!


  "Isso é amor, e desse amor se morre!"

Adelle Silva
(Com trechos dos poemas de Gonçalves Dias: O Amor; Delírio; Se se morre de amor!)

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