sexta-feira, 22 de maio de 2015

Volto porque não me encontrei e se não me encontrei é porque não me perdi

       Resolvi sair do meu estado mudo, das minhas páginas em branco e dos meus milhares de textos engavetados. Sinto uma brisa que me pede que volte para um lugar o qual eu nunca havia deixado.      
        Vaguei muito pelo mundo e por todos os lugares que sua mente consiga imaginar, nunca me encontrei mas também nunca me perdi, a única coisa que entendi é que a vida será sempre uma busca, você nunca saberá onde está ou quem é, não importa quantas vezes você se pergunte. Há coisas questionáveis que não deveriam.
         Pensar nos eleva e também nos leva à própria destruição! Essa é a frase que sempre mantenho na cabeça e a qual me faz perceber que esvaziar-se é necessário. Mas, não falo sobre um esvaziamento do tipo que se possa ser aproveitado. Esse tipo toma muito da mente, do coração e da alma. Um esvaziamento reflexivo é o mal do artista, compositor, pintor ou poeta. Faz sentir-se bem do mesmo modo que faz sentir-se mal. É por isso que andei refletindo sobre o quanto valeria permanecer muda, mas daí percebi que enquanto simplesmente pensava sobre o fato, automaticamente me esvaziava e não era algo nulo. Nunca foi uma Yoga ou meditação, nunca tornei meus pensamentos não processáveis pelo meu cérebro ou pelo meu eu poético.
         Palavras simplesmente vem e saem quando eu menos espero, em uma simples conversação em roda de amigos. Não posso me calar. O porquê? Não sei, e entendi que não vale a pena ser questionado. No fim reforço: não me achei e isso é um sinal de que não estou perdida.
          Volto para escrever, para me deixar sentir as coisas que simplesmente vem. Coisas que nunca parei de ter sentido.

                                                                                                                                            Adelle Silva

Nenhum comentário:

Postar um comentário