quinta-feira, 23 de maio de 2013

9:58 PM

       Dê-me um gole de café, cuspirei essa droga de bebida amarga. Dê-me um cigarro e brigarei com todos os dedos de minhas mãos sem saber acendê-lo. Não pertenço aquela antiga geração de escritores não com tantos vícios visíveis.
   
         Minhas drogas, são muito mais insanas e não há nenhuma que me mantenha desperta. Não consigo ser noturna. Não posso ser.
          
          A noite invade com fúria. Meus sentidos apagam contrariando as luzes que fazem da cidade céu, contrariando a lógica de todo e qualquer escritor que se preenche no silêncio de uma madrugada. Meu sono é vago, inebriante. Não sei o que digo, não sei o que faço, minhas memórias da noite são totalmente vazias, distantes. Não me pertencem.

           E agora já nem estou. E agora já nem sou. Já não...

 Adelle Silva

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