Dê-me um gole
de café, cuspirei essa droga de bebida amarga. Dê-me um cigarro e brigarei com
todos os dedos de minhas mãos sem saber acendê-lo. Não pertenço aquela antiga
geração de escritores não com tantos vícios visíveis.
Minhas drogas, são muito mais insanas e
não há nenhuma que me mantenha desperta. Não consigo ser noturna. Não posso
ser.
A noite invade
com fúria. Meus sentidos apagam contrariando as luzes que fazem da cidade céu,
contrariando a lógica de todo e qualquer escritor que se preenche no silêncio
de uma madrugada. Meu sono é vago, inebriante. Não sei o que digo, não sei o
que faço, minhas memórias da noite são totalmente vazias, distantes. Não me
pertencem.
E agora já nem
estou. E agora já nem sou. Já não...
Adelle Silva
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